Do ponto de vista econômico, Helene (1997) ressalta que os
custos de intervenção na estrutura, para atingir um certo nível de durabilidade
e proteção, crescem exponencialmente quanto mais tarde for essa intervenção e
que a evolução desse custo pode ser assimilada ao de uma progressão geométrica
de razão 5, conhecida por “Lei dos 5” ou regra de Sitter, representada na
figura abaixo, que mostra a evolução dos custos em função da fase da vida da
estrutura em que a intervenção seja feita.
Ainda, segundo Helene (1997), o significado da “Lei dos 5”,
ou regra de Sitter, pode ser assim exposto, conforme a intervenção ocorra na:
“a) fase de projeto: toda medida tomada em
nível de projeto com o objetivo de aumentar a proteção e a durabilidade da
estrutura, como, por exemplo, aumentar o cobrimento da armadura, reduzir a
relação água / cimento do concreto ou aumentar o fck,
especificar certas adições, ou tratamentos protetores de superfície, e outras
tantas implica um custo que pode ser associado ao número 1(um);
b) fase de execução: toda medida
extraprojeto, tomada durante a fase de execução propriamente dita, implica um
custo cinco vezes superior ao custo que acarretaria tomar uma medida
equivalente na fase de projeto, para obter-se o mesmo nível final de
durabilidade ou vida útil da estrutura. Um exemplo típico é a decisão em obra
de reduzir a relação água / cimento para aumentar a durabilidade. A
mesma medida tomada na fase de projeto permitiria o redimensionamento
automático da estrutura considerando um novo concreto de resistência à
compressão mais elevada, de maior módulo de deformação e de menor fluência.
Esses predicados permitiriam reduzir as dimensões dos componentes estruturais,
reduzir as formas e o volume de concreto, reduzir o peso próprio e reduzir as
taxas de armadura. Essas medidas tomadas em nível de obra, apesar de eficazes e
oportunas do ponto de vista da vida útil, não mais podem propiciar economia e
otimização da estrutura;
c) fase de manutenção preventiva: as
operações isoladas de manutenção do tipo; pinturas freqüentes, limpezas de
fachada sem beirais e sem proteções, impermeabilizações de coberturas e
reservatórios mal projetados, e outras, necessárias a assegurar as boas
condições da estrutura durante o período da sua vida útil, podem custar até 25
vezes mais que medidas corretas tomadas na fase de projeto estrutural ou
arquitetônico. Por outro lado podem ser cinco vezes mais econômicas que
aguardar a estrutura apresentar problemas patológicos evidentes que requeiram
uma manutenção corretiva;
d) fase de manutenção corretiva:
corresponde aos trabalhos de diagnóstico, reparo, reforço e proteção das
estruturas que já perderam sua vida útil de projeto e apresentam manifestações
patológicas evidentes. A estas atividades pode-se associar um custo 125 vezes
superior ao custo das medidas que poderiam e deveriam ter sido tomadas na fase
de projeto e que implicariam um mesmo nível de durabilidade que se estime dessa
obra após essa intervenção corretiva.”
Parte 2
Parte 3
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