Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/12/2012
Além do conforto térmico, o prédio deverá mudar de cor ao longo das estações. [Imagem: UPC]
Fachadas vivas
Pesquisadores espanhóis desenvolveram um concreto biológico do qual
crescem líquens e musgos naturalmente depois que a construção fica
pronta.
O objetivo é criar
prédios com "fachadas vivas", de forma a melhorar o conforto térmico
interno e evitar gastos de energia com aquecimento e ar-condicionado,
dependendo da estação.
Segundo a equipe, a incorporação dos microrganismos no próprio
concreto oferece vantagens ambientais, térmicas e ornamentais em relação
a outras técnicas de arquitetura verde.
"A inovação
deste novo concreto é que ele se comporta como um suporte para o
crescimento biológico natural e o desenvolvimento de certos organismos
biológicos, particularmente certas famílias de algas, fungos, líquens e
musgos," afirmam Antonio Aguado e seus colegas da Universidade de
Granada.
"A ideia é também que as fachadas construídas com o novo
material mostrem uma evolução temporal por descoloração, dependendo da
estação do ano, bem como da família
de organismos predominantes. Com esta técnica podemos evitar o uso de
outras vegetações, para evitar que as raízes estraguem a construção,"
concluem.
Cimento com semente
Para viabilizar o projeto, equipe desenvolveu uma técnica para o
crescimento acelerado dos microrganismos a partir de materiais à base de
cimento.
O primeiro protótipo usa um derivado carbonatado do cimento Portland tradicional, de forma a obter um pH em torno de 8.
O segundo protótipo usa um cimento de fosfato de magnésio, um aglomerante que é ligeiramente ácido, dispensando tratamento para redução do pH.
Para garantir a colonização do material pelos microrganismos, os
pesquisadores também ajustaram a porosidade e a rugosidade do concreto.
O processo foi patenteado, mas os pesquisadores trabalham ainda para
acelerar ainda mais o crescimento dos líquens - o objetivo é que a
fachada verde fique atraente em no máximo um ano depois do término da
construção.
Concreto biológico
O concreto biológico consiste de uma placa de concreto, que faz o
papel de elemento estrutural, à qual são adicionadas três camadas.
A primeira é de impermeabilização, evitando que a umidade passe para dentro do edifício.
A segunda é a camada biológica propriamente dita, com uma estrutura
interna que permite a captação de água da chuva para os musgos e
líquens.
Por último, é aplicada uma camada de impermeabilização inversa, que garante a manutenção da umidade na segunda camada.