Por Germán Madrid Mesa*
Qualquer
superfície se suja, mesmo que seja apenas pela acumulação de poeira da
atmosfera. Quanto mais horizontal a superfície, maior é a acumulação de
pó e a possibilidade de sua aderência quando ocorre umidade. Mesmo os
vidros verticais das fachadas de edifícios se sujam, fenômeno que se
incrementa quando estão inclinados ou expostos à intempérie. A
rugosidade da superfície também acentua a possibilidade de acumulação de
dejetos e de mais sujeira. Trata-se de um processo passivo, que pode
ser agravado por dois fenômenos adicionais: a relação de durezas entre
os materiais - que faz com que o mais frágil se desgaste por fricção e
deixe depósitos sobre o mais duro; e a relação entre as cores destas
massas, que faz com que a massa mole manche a massa rígida.
Os
agentes externos também podem atuar por aderência ou pelo derramamento
(ou possível infiltração) de líquidos e materiais pastosos que caem
sobre as superfícies, infiltram-se sob a peça e alteram a cor em função
da saturação dos poros, no caso de ambas as cores serem diferentes. Um
piso ou pavimento com blocos intertravados de concreto, que está em
posição quase horizontal e, em geral, exposto às intempéries, é o pior
cenário para a sujeira passiva.
Quando as chuvas são escassas ou
não existe a manutenção (lavagem) de ruas, calçadas e praças, as
superfícies adquirem uma pátina com cor cinza característica. Um cidadão
comum não percebe o fato, mas um pavimento de asfalto quando novo é
negro brilhante. Depois de um tempo, fica cinza escuro. Já um pavimento
de concreto, que quando novo é cinza bem claro, depois de um tempo, fica
cinza escuro, podendo chegar ao mesmo tom do asfalto. Assim, um
pavimento com blocos de concreto pode sofrer o mesmo processo, ficando
tão escuro como o asfalto, ou mais claro que o concreto comum.
Agentes de sujeira
Ou
seja, uma superfície exposta a intempéries, no meio urbano, mudará de
cor, e isso ocorrerá mais fortemente em presença de umidade eventual,
que não consiga lavar a sujeira, mas ajude a fixá-la. Nos pavimentos e
pisos, agentes externos de cor escura, como os pneus dos veículos e
solas dos sapatos dos pedestres, soltam partículas de borracha, material
mole, nas reentrâncias e saliências do material, entre os poros da
superfície.
Um pavimento com blocos intertravados de concreto em
calçadas e vias mudará de aspecto em questão de semanas. As ruas se
escurecerão progressivamente na área do meio-fio e suas cores se
uniformizarão com uma pátina cinza escura, enquanto a calçada
permanecerá mais limpa, com cor mais brilhante e diferenciada, até que
apareçam outros fenômenos, como os dejetos de limpeza dos prédios,
chicletes etc. Este fenômeno é natural e universal e também acontece nos
demais tipos de pavimentos. Porém, é mais evidente em pavimentos de
concreto, pois são especificados por seu efeito estético e, portanto,
monitorados com maior atenção.
Nas calçadas, em zonas de
preparação e venda de alimentos, especialmente as frituras, são
produzidas manchas de gordura que, unidas à poeira, aniquilam o bom
aspecto de qualquer piso em que caiam. As ruas suportam o derramamento
de óleos e graxas dos automóveis, que mancham o pavimento de blocos de
concreto, mas não o danificam, pois selam o material. Esse efeito é até
desejável, desde que não seja de uma magnitude tal que provoque
derrapagem dos veículos e o escorregamento dos pedestres.
Outra
fonte de sujeira urbana é o chiclete que, como praga, adere-se a todas
as superfícies, desde o mármore mais brilhante e liso, até os carpetes e
tapetes rugosos, assim como no concreto, argila, madeira etc. Nos
climas quentes, o chiclete se torna mais elástico ou se funde,
impregnando o concreto. E mesmo se for removido, deixará marcas
permanentes.
Desgaste dos blocos
Toda a superfície
em que transitam pessoas, animais ou veículos sofre desgaste, que também
se dá pela exposição às intempéries, ciclos de molhagem e secagem,
dilatação e contração, luz e sombra etc. Quanto mais forte e mais
abrasivo for o tráfego e maiores as mudanças climáticas, com grande
variação térmica em curtos períodos, mais afetada será a superfície.
Isto se explica claramente com os blocos comuns de concreto, que não são
submetidos a processos secundários ao sair da produção. Em geral, a
camada superior é a mais frágil e menos resistente à abrasão ou ao
desgaste.
Com o tráfego, ela se desgasta e aparece uma cor areia
(agregado miúdo) e depois a dos agregados graúdos. Assim, a cor da
superfície começa a mudar. Esse processo, pode ser mais intenso em
blocos de concreto com pouca pasta e pouco cimento, baixa resistência à
abrasão, alta porosidade (geralmente associada com a absorção), entre
outros fatores. Com freqüência, se pensa que a cor clareou por
degradação do pigmento, quando na verdade a superfície pigmentada
(massa) é que fica reduzida em toda a superfície.
Quando os
blocos têm uma absorção alta, sua massa pode ficar saturada com a água
presente debaixo dos blocos e nas juntas entre eles, pois esta migra
para dentro da peça, arrastando partículas finas e manchando sua
superfície. Este fenômeno é difícil de ser revertido e a mancha não pode
ser removida. O mesmo acontece em relação ao material biológico, que
ocorre também pela penetração de água e umidade constantes, associadas a
climas quentes e úmidos.
Por último, resta a eflorescência, que
se apresenta como uma mancha branca sobre a superfície. Se esta se sujar
com o tráfego a mancha desaparece e a abrasão do tráfego a desgasta.
Desta maneira, o processo de sujeira nos blocos intertravados de
concreto é igual ao de qualquer outro pavimento, mas se torna mais
visível, pelo fato de ter cores diferenciadas e ser escolhido por seu
apelo estético.
Redução da sujeira
É difícil controlar
ou eliminar os fatores ambientais externos que sujam o pavimento. As
recomendações sobre manutenção, práticas de limpeza dos espaços
públicos, controle do uso das superfícies (restrição à preparação de
alimentos ou restrição ao chiclete), são medidas que ajudam a manter
mais limpos os pavimentos. Igualmente é preciso fazer o controle e a
limpeza da vegetação circundante, ou dos resíduos que caem das árvores,
pois como a umidade cria ambiente propício à proliferação de fungos,
bactérias etc, ocorrem manchas escuras no concreto, principalmente em
climas tropicais.
Veja abaixo os aspectos que contribuem para manter por mais tempo a boa aparência dos pavimentos de blocos de concreto:
1
- Em sua produção, o concreto dos blocos deve conter a maior quantidade
de água possível, para que a pasta de cimento tenha aderência aos
agregados. Isso está previsto nas normas de fabricação.
2 - A
quantidade de cimento deve ser de pelo menos 350 kg de material por m3
de bloco, para se obter maior durabilidade e menor absorção. Nos blocos
bicapa, este requisito é exigido na camada superior.
3 - A
absorção de água dos blocos deve ser de no máximo 7%, ou menor.
Absorções maiores provocam umedecimentos desiguais depois das chuvas,
possibilidade de sucção de finos e manchas na superfície. Nos países
temperados, recomenda-se a absorção de no máximo 5% . Já no clima quente
e úmido dos países tropicais, as normas não exigem uma resistência tão
alta, por não haver congelamento da água de infiltração no inverno. São
toleradas absorções da ordem de 12%, o que se torna um pesadelo para os
construtores e para os responsáveis pela manutenção.
4 - Uma densidade maior e mais uniforme possível em toda a massa, na altura e na largura dos blocos.
5
- Uma granulometria que garanta uma superfície menos porosa possível,
mesmo que os blocos fiquem mais lisos. A maior rugosidade (presença de
vazios entre as partículas de agregado e massa) aumenta a possibilidade
de depósito de resíduos e umidade, o que resulta numa mudança da cor e
aumenta a exposição a fungos e bactérias que causam manchas escuras.
6
- Uma cura bem feita nas unidades de produção, com adição de vapor,
aspersão ou aplicação direta de água, é fundamental, pois a água da
mistura, em ambientes não controlados, não é suficiente para hidratar o
cimento da massa. E menos ainda a superfície do bloco, que fica no meio
do caminho de suas características potenciais.
Proteção da superfície
As
substâncias utilizadas originalmente para estabilizar as juntas também
podem ser usadas nas superfícies. Hoje, esses produtos são classificados
de acordo com seu propósito: estabilizantes de areia de selagem na
junta e os selantes de superfície. Alguns servem para as duas coisas. Os
produtos de estabilização se desenvolveram no Reino Unido, Alemanha,
Estados Unidos e Canadá. Sua produção nos países latino-americanos é
incipiente. Por outro lado, os produtores de aditivos para concreto têm
fabricado selantes que podem ser usados em blocos a fim de evitar
sujeira ou tornar mais fácil sua limpeza, mas não necessariamente
funcionam como estabilizadores ou selantes para juntas.
Os
selantes de superfície são aplicados com os blocos limpos, na linha de
produção ou no canteiro, para que a cor não sofra com a acumulação de
finos das areias na obra. Do contrário, deve-se esperar terminar o
pavimento, lavá-lo e depois aplicar o selante. Deve-se certificar de que
não exista eflorescência sobre a superfície dos blocos, pois se for
aplicado o selante sobre elas, ficarão fixadas até que o tráfego as
remova. Além disso, todo selante possui uma vida útil definida pelo
fabricante para determinado tipo de tráfego, pois pelo efeito da
abrasão, a superfície se desgastará em maior ou menor grau.
O
custo dos selantes e dos métodos de limpeza variam de acordo com a
intensidade e a frequência da aplicação, e a disponibilidade de produtos
e equipamentos. Um estabilizador de junta custa de US$ 1,5 a US$ 2,5
por m2 de piso nos EUA. Também estão disponíveis no mercado as
hidrolavadoras a um custo cada vez menor, e seu uso não é diferente das
práticas de limpeza de qualquer piso, fachada ou mobiliário.
Envelhecimento
Todo
material sofre envelhecimento e este processo depende das
características iniciais do material, tal como foi produzido, e do uso
que se faz dele. Um material pode envelhecer bem numa situação de
limpeza, mas pode-se desgastar e ficar sujo mais rapidamente numa
situação de tráfego pesado e abrasivo. De maneira geral, pode-se dizer
que depois de um ano acontece o desgaste da massa superficial do bloco
de concreto e o aparecimento da cor da areia, principalmente quando
existe tráfego de veículos ou de pedestres num ritmo mais acentuado. Em
cinco anos poderão começar a ficar expostos os agregados maiores que a
areia. Alguns produtores do Reino Unido garantem as propriedades dos
blocos por dez anos. Eles são produzidos com agregados de cor similar ao
da pasta para que, mesmo com o desgaste, as peças não percam o tom
original.
Uma alternativa é o que vem ocorrendo, cada vez mais,
nos países desenvolvidos, onde os blocos são submetidos, na própria
fábrica, a um processo de decapagem da superfície por jateamento com
água, meios mecânicos ou polimento. Isso expõe de início o concreto e
seus componentes. Assim, com o uso, a variação fica imperceptível e
quase não é notada.
Durabilidade
Pode-se estimar a
durabilidade dos blocos de concreto por meio de ensaios de resistência à
abrasão, preconizados pelas normas norte-americanas (shotblasting),
européias e pela norma colombiana. As duas últimas prevêem ensaios de
abrasão por areia, com um disco largo de aço, que gera uma marca na
superfície do bloco, cujo tamanho é proporcional à fragilidade do
material. Quanto menor a marca, mais resistente e mais durável será o
bloco.
Se o ensaio de resistência à abrasão é especificado como
norma independente, o requisito se torna universal e fica inserido nos
códigos de obra ou de segurança dos vários países. Isso permite avaliar
todos os produtos para pisos, inclusive o concreto das lajes, que devem
cumprir os mesmos parâmetros. Por isso, a avaliação deve ser feita antes
do assentamento dos blocos.
Hoje, o meio acadêmico conhece bem o
processo de desgaste e sujeira dos blocos de concreto, como
caracterizá-lo e como preveni-lo em grande parte. O que falta, muitas
vezes, é as associações de fabricantes e as entidades de normalização
tomarem a iniciativa de tornar as normas de produto mais abrangentes e
detalhadas, com a finalidade de conter especificações sobre cada aspecto
do comportamento do produto. Assim, torna-se possível desenvolver e
definir, nas normas de produtos, os ensaios complementares e equipar os
laboratórios dos fabricantes e de ensaios de materiais com os
equipamentos apropriados. Essas normas devem ser ainda incluídas nos
códigos de obras de espaços públicos.
Já foi o tempo em que a
indústria podia ter normas simples, que controlavam o básico. Hoje, se
não se estabelece claramente as expectativas do que o cliente deseja e
do que o fabricante pode oferecer, este irá sofrer com maior intensidade
a cobrança por qualidade. Um exemplo disso é a primeira versão da Norma
NTC de Blocos de Concreto na Colômbia (1984), que tinha quatro páginas.
A segunda, de 2004, já possui 38 páginas irá incorporar mais duas
normas complementares, a de ensaio de resistência à abrasão e de
resistência ao escorregamento ou deslizamento. E o setor continua
acumulando material para acrescentar à norma juntamente com as
especificações para novos produtos. Assim, a norma deverá ultrapassar as
40 páginas em poucos meses.
Todo material sofre envelhecimento e
este processo depende de suas características iniciais e do uso que se
faz dele. Um material pode envelhecer bem numa situação de limpeza, mas
pode-se desgastar e ficar sujo mais rapidamente numa situação de tráfego
pesado e abrasivo. De maneira geral, pode-se dizer que depois de um ano
acontece o desgaste da massa superficial do bloco de concreto e o
aparecimento da cor da areia, principalmente quando existe tráfego de
veículos ou de pedestres num ritmo mais acentuado. Em cinco anos poderão
começar a ficar expostos os agregados maiores que a areia. Alguns
produtores do Reino Unido garantem as propriedades dos blocos por dez
anos. Eles são produzidos com agregados de cor similar ao da pasta para
que, mesmo com o desgaste, as peças não percam o tom original. Uma
alternativa é o que vem ocorrendo, cada vez mais, nos países
desenvolvidos, onde os blocos são submetidos, na própria fábrica, a um
processo de decapagem da superfície por jateamento com água, meios
mecânicos ou polimento. Isso expõe de início o concreto e seus
componentes. Assim, com o uso, a variação fica imperceptível e quase não
é notada.
DURABILIDADE
Pode-se estimar a durabilidade dos
blocos de concreto por meio de ensaios de resistência à abrasão,
preconizados pelas normas norte-americanas (shotblasting), européias e
pela norma colombiana. As duas últimas prevêem ensaios de abrasão por
areia, com um disco largo de aço, que gera uma marca na superfície do
bloco, cujo tamanho é proporcional à fragilidade do material. Quanto
menor a marca, mais resistente e mais durável será o bloco.
Se o
ensaio de resistência à abrasão é especificado como norma independente,
o requisito se torna universal e fica inserido nos códigos de obra ou
de segurança dos vários países. Isso permite avaliar todos os produtos
para pisos, inclusive o concreto das lajes, que devem cumprir os mesmos
parâmetros. Por isso, a avaliação deve ser feita antes do assentamento
dos blocos.
Hoje, o meio acadêmico conhece bem o processo de
desgaste e sujeira dos blocos de concreto, como caracterizá-lo e como
preveni-lo em grande parte. O que falta, muitas vezes, é as associações
de fabricantes e as entidades de normalização tomarem a iniciativa de
tornar as normas de produto mais abrangentes e detalhadas, com a
finalidade de conter especificações sobre cada aspecto do comportamento
do produto. Assim, torna-se possível desenvolver e definir, nas normas
de produtos, os ensaios complementares e equipar os laboratórios dos
fabricantes e de ensaios de materiais com os equipamentos apropriados.
Essas normas devem ser ainda incluídas nos códigos de obras de espaços
públicos.
Já foi o tempo em que a indústria podia ter normas
simples, que controlavam o básico. Hoje, se não se estabelece claramente
as expectativas do que o cliente deseja e do que o fabricante pode
oferecer, este irá sofrer com maior intensidade a cobrança por
qualidade. Um exemplo disso é a primeira versão da Norma NTC de Blocos
de Concreto na Colômbia (1984), que tinha quatro páginas. A segunda, de
2004, já possui 38 páginas e irá incorporar mais duas normas
complementares, a de ensaio de resistência à abrasão e de resistência ao
escorregamento ou deslizamento. E o setor continua acumulando material
para acrescentar à norma, juntamente com as especificações para novos
produtos. Assim, a norma deverá ultrapassar as 40 páginas em poucos
meses.
Manutenção
Se um pavimento de blocos de concreto é
construído da maneira correta irá oferecer uma superfície durável e
agradável por muitos anos. No entanto, da mesma maneira que para os
espaços interiores, são necessárias algumas ações de manutenção
essenciais para obter o bom desempenho deste material por um longo
tempo:
- A cada ano deve-se proceder à limpeza do pavimento, com escova de cerdas duras e detergente.
-
Embora as manchas de limo e bolor sejam apenas esteticamente
desagradáveis, o crescimento de ervas daninhas e grama na juntas pode
afetar a durabilidade do pavimento. Elas se desenvolvem sem controle e
podem levar ao aumento da permeabilidade e à redução do módulo de
elasticidade do pavimento de blocos intertravados de concreto.
- As
juntas entre os blocos são sem dúvida a área mais vulnerável em qualquer
piso. Dependendo da obra (uso, drenagem, localização etc) e do clima
local, mesmo o piso mais bem executado precisa de atenção em relação às
suas juntas em algum momento de sua vida.
- Se para aplicar a água na
limpeza se utiliza uma mangueira com pressão comum ou de alta pressão, o
jato deve ser aplicado sobre a superfície, num ângulo de no máximo 30
graus e na direção diagonal às juntas principais, sem alinhar-se com
elas.
- Qualquer produto de limpeza que seja aplicado deve ser
enxaguado generosamente e conduzido por um sistema adequado de drenagem.
Depois de limpa, cada área deve ser inspecionada para verificar se as
juntas estão uniformes e preenchidas com a selagem necessária de areia.
Se estiver faltando, basta varrer e recolocar a areia nos lugares em que
estiver faltando.
Limpeza
Os métodos de limpeza descritos a
seguir são uma contribuição ao manejo de manchas e derramamentos nos
pavimentos com blocos de concreto. Em geral, envolvem o uso de produtos
químicos que devem ser empregados da maneira correta, seguindo as
recomendações a advertências feitas pelos fabricantes e fornecedores,
constantes nos rótulos. As instruções devem fazer referência ao uso
sobre pavers e outras aplicações. Em qualquer procedimento de limpeza,
especialmente quando se usam produtos químicos e ácidos, deve-se seguir
as seguintes recomendações:
-Utilizar equipamentos protetores, tais como luvas, óculos de segurança, botas e aventais que cubram totalmente o corpo.
-Se o trabalho é realizado em espaços fechados, deve haver um sistema de ventilação adequado.
-Se
forem empregados materiais inflamáveis, é proibida a presença de
cigarros, brasas ou qualquer tipo de objeto que produza faíscas.
-Ao diluir produtos químicos ou ácidos, sempre é indicado acrescentá-los à água e não o contrário.
-Qualquer
tecido, roupa ou material descartável contaminado com os produtos
químicos deve ser colocado em recipiente de lixo adequado e seguro.
-É preciso ter cuidado para não contaminar e manchar nenhum material próximo ao local tratado com produtos químicos e ácidos.
-Proteger
o pessoal que trabalha com produtos químicos de qualquer tipo de perigo
ou lesão na área de limpeza, cumprindo a legislação aplicável em cada
localidade.
-Em cada etapa e para cada tratamento, deve-se definir
anteriormente uma área para testes, num ponto pouco visível do pavimento
em questão, para verificar os procedimentos que devem ser adotados para
a limpeza e aplicação dos produtos.
-É fundamental, antes de iniciar
qualquer processo de limpeza ou de remoção de manchas, saber sua origem
e eliminar sua fonte causadora, para prevenir seu surgimento dali para
frente.
Sujeira geral e detritos
Para remover a sujeira e detritos recomenda-se:
-Varrer
e esfregar com escovas de cerdas duras de plástico. A intensidade varia
de acordo com o material que está aderido ao pavimento.
-Se a cor
dos blocos se perdeu por baixo da sujeira, esfregar com sabão e água
quente, seja com escovas manuais ou máquina de limpeza industrial.
-Deve-se
ter especial cuidado para enxaguar qualquer resíduo de sabão no final
do processo de limpeza e cuidar para onde será drenada essa água com
resíduos químicos e sólidos que se desprendem, para que isso seja feito
de maneira segura, segundo a legislação, restrições e recomendações
locais.
-Se for utilizada, para a limpeza, uma mangueira com pressão
normal ou alta, deve-se aplicar o jato num ângulo que não supere os 30
graus em relação ao piso e de maneira diagonal (não alinhada) às juntas
predominantes para evitar perda da areia de selagem.
-Depois da lavagem, inspecionar o pavimento e recolocar nas juntas areia de selagem, perdida no processo.
Limo,líquens e algas
O
limo, liquens e algas só crescem sobre os pavimentos com blocos de
concreto se sua superfície se encontra à sombra, debaixo de árvores, com
fontes permanentes ou freqüentes de umidade, em locais onde haja pouco
ou nenhum tráfego e quando não se tenha construído uma inclinação
adequada. Se o crescimento de musgo, liquens e algas é indesejável
pode-se:
-Raspar e retirar o material acumulado em camadas grossas.
-Aplicar um herbicida especial para limo escovando-se e seguindo as instruções do fabricante.
-Os
herbicidas podem demorar algum tempo para agir e são mais efetivos
quando aplicados com clima seco. Alguns desses produtos deixam um
resíduo que reduz a propensão à formação de limo, mas sua efetividade é
reduzida quando a área é úmida ou sombreada. Esses produtos não atuam na
geração de massa biológica dentro dos capilares do concreto dos blocos.
Óxidos
Deve-se encontrar a origem das manchas de oxidação e corrigir a causa que as gera.
-Umedecer com água a superfície do pavimento.
-Tratar
a área afetada com um limpador de concreto com propriedades ácidas, uma
solução equivalente a 5% de ácido clorídrico ou similar. Os ácidos
atacam o concreto e podem deixar a superfície ligeiramente mais rugosa.
Pode levar alguma porção do pigmento do concreto, deixando-o
ligeiramente claro ou escuro, segundo a relação que exista entre a cor
da massa e a dos agregados. Por isso, os limpadores que contenham ácido
devem ser utilizados com muito cuidado, seguindo as recomendações dos
fabricantes dos produtos e dos blocos de concreto.
-Lavar a
superfície tratada com água abundante, de maneira que arraste quaisquer
resíduos de ácido e sólidos que se desprenderam do concreto para que a
superfície não se manche.
-Deve-se ter especial cuidado para enxaguar
qualquer resíduo de ácido no final do processo de limpeza. Essa água
com resíduos químicos e sólidos, que se desprendem do pavimento, deve
ser drenada de maneira segura, segundo a legislação, restrições e
recomendações locais.
Graxa e gordura
O desenvolvimento de
atividades ao ar livre sobre pisos e pavimentos de blocos de concreto,
em especial a preparação e consumo de alimentos (assados, frituras,
frutas, bebidas etc), derramamento de óleo de carros e manchas de
gordura e graxa, podem gerar manchas difíceis de serem retiradas. Os
óleos penetrarão rapidamente na superfície dos blocos do pavimento, mas
não a mancharão se forem limpos rapidamente.
- Aplicar materiais
absorventes, como panos ou toalhas de papel, sem esfregar, para evitar
que a gordura penetre ainda mais profundamente sobre a superfície.
-
Se a mancha persiste, lavar a superfície com um detergente concentrado e
escova, enxaguando com água quente. Os detergentes podem atacar e levar
uma parte do pigmento do concreto, deixando-o ligeiramente mais claro
ou escuro, segundo a relação que exista entre a cor da massa e dos
agregados. Por isso, os detergentes devem ser utilizados com cuidado,
seguindo as recomendações dos fabricantes e dos produtores de blocos de
concreto. Se a mancha não desaparecer, lavar a superfície com uma
emulsão para retirar a graxa, usando escova de cerdas de plástico e
deixando o preparado agir por um determinado tempo, de acordo com as
instruções de fábrica.
- Lavar a superfície tratada com água
abundante, de maneira que arraste qualquer resíduo de ácido e sólidos
que se desprenderam do concreto, para que a superfície não se manche.
-
Deve-se ter especial cuidado para enxaguar qualquer resíduo de ácido no
final do processo de limpeza. A drenagem da água, com resíduos químicos
e sólidos que se desprendem do pavimento, deve ser feita de maneira
segura, segundo a legislação, restrições e recomendações locais.
Asfalto
As manchas de asfalto (betume ou breu) não penetram no concreto com facilidade. Para a limpeza, proceder da seguinte maneira:
- Deixar secar o asfalto e depois remover com uma espátula ou outra ferramenta similar.
-
Se for difícil retirá-lo, aplicar gelo ou um jato de nitrogênio líquido
sobre o asfalto, para torná-lo quebradiço, e depois removê-lo com uma
espátula.
- Os resíduos finais devem ser removidos com um pó abrasivo. Depois, enxaguar toda a área com água limpa.
É
possível comprar no mercado alguns produtos para a remoção do asfalto.
Para isso, deve-se seguir o mesmo procedimento de fazer um teste numa
área escondida, antes de utilizar sobre toda a superfície.
Chicletes
O
chiclete é uma das substâncias mais difíceis de remover de qualquer
superfície. O chiclete recém-lançado na superfície pode ser retirado por
meio de raspagem com uma espátula. Já o chiclete endurecido pode ser
removido com um equipamento de lavagem a pressão, com água ou vapor
quente, ou ainda por meios químicos e aplicação de gelo ou jato de
nitrogênio líquido, que o torna mais quebradiço, facilitando sua
retirada com uma espátula. Em algumas cidades, existem empresas
especializadas neste tipo de limpeza, que podem fornecer informações
adicionais.
Marcas de pneus
O clima e o desgaste geral da
superfície devem ser suficientes para remover as marcas de borracha
deixadas pelos pneus dos automóveis nos pavimentos de blocos de
concreto. Mas há outras maneiras de removê-las:
- Se for o caso
de remover mais rapidamente as manchas, pode-se escovar a área aplicando
um detergente concentrado com água quente. Mas é preciso lembrar que
esse método pode gerar uma ligeira perda de pigmento da superfície em
alguns blocos de concreto.
- Também se pode remover as marcas de
pneus com equipamentos de lavagem a pressão, seguindo as recomendações
para este método de limpeza.
Grafite e pintura
As manchas de grafite e pintura são difíceis de limpar:
-
Se possível, limpar a tinta quando ainda estiver fresca, usando
material absorvente (tecido, toalha de papel, etc), tendo o cuidado de
não esfregar.
- Depois se deve aplicar na superfície um solvente adequado para o tipo de tinta, seguindo as instruções do fabricante.
-
Posteriormente, enxaguar a superfície com um detergente concentrado ou
com um produto para retirar a gordura, tomando o cuidado para que essa
água suja escorra de forma a não manchar as superfícies próximas.
-
Se a tinta estiver seca, é preciso raspar para retirá-la da superfície e
depois aplicar um produto removedor, seguindo com cuidado as instruções
do fabricante.
A maioria dos produtos para remover tinta possui
em sua fórmula o ácido sulfúrico, que ataca o concreto. Os fabricantes
de tinta em geral podem fornecer informações sobre a melhor maneira de
remover grafite e será necessário recorrer a eles se houver grandes
áreas afetadas por este tipo de vandalismo.
Epoxi e poliestireno
Os
produtos a base de epóxi e as resinas de poliestireno podem ser
removidos com a ação do fogo, por meio de um maçarico. Deve-se tomar
muito cuidado para não inalar a fumaça proveniente desta queima, ou para
não esquentar demais o concreto, a um nível tal que cause uma rachadura
explosiva do agregado graúdo e a remoção da argamassa superficial. As
manchas escuras resultantes da queima podem ser removidas com a lavagem
da superfície com escova, sabão e água. Em áreas grandes torna-se
necessário aplicar jato de areia.
Esses processos não afetarão a
durabilidade do concreto, mas podem modificar a microtextura da
superfície dos blocos. Por isso, é aconselhável fazer um teste em uma
pequena área e observar os resultados, antes de adotar o procedimento de
limpeza.
Fumaça, fogo e tabaco
Em geral, este tipo de mancha
pode ser removida com a lavagem da superfície com sabão, escova e água.
Para manchas persistentes pode-se usar um pó abrasivo ou um líquido
alvejante, do tipo usado para roupas caseiras. Neste caso, é muito
importante que a superfície seja muito bem lavada, depois de terminada a
limpeza. O alvejante danifica plantas e, por isso, deve-se proteger a
vegetação e grama que estiverem próximas à área lavada.
Folhas e bebidas
O
derramamento de bebidas e as manchas causadas por folhas de árvores
podem ser limpos com sabão, escova e água quente. Se isso não for
suficiente, usar alvejante de roupas dissolvido em água, numa
concentração necessária para a remoção da mancha e depois enxaguar
abundantemente. Lembrar que este método pode gerar ligeira perda de
pigmento da superfície em alguns tipos de blocos de concreto.
Argamassa
As
manchas deixadas por argamassas de cimento sobre a superfície do
pavimento intertravado podem ser removidas da mesma maneira que as de
eflorescência (veja a seguir). Se há manchas grandes, ou depósitos de
argamassa, utiliza-se a remoção mecânica, raspando com espátula ou outro
instrumento, ou ainda com escovas de arame, aplicando depois o
tratamento para remoção de eflorescência.
Eflorescências
A
eflorescência é um fenômeno que ocorre de maneira natural e, em alguns
casos, sobre as superfícies de produtos feitos a base de cimento. Ainda
há discussões sobre a melhor maneira de limpar uma área com
eflorescência. A maioria dos especialistas recomenda uma boa dose de
paciência, o passar do tempo e o efeito do clima. As informações a
seguir contribuem para explicar o fenômeno e formulam algumas
recomendações sobre como se pode adiantar sua remoção:
- A
eflorescência é um fenômeno passageiro, originado pelo cimento
hidráulico (Portland). Quando a água e o cimento reagem quimicamente, se
produz o hidróxido de cálcio, que reage com o dióxido de carbono,
presente no ar. Essa reação produz o carbonato de cálcio, de cor branca.
-
Por isso, a ocorrência de eflorescência nos poros do concreto pode
ocasionar a aparição de manchas brancas sobre a superfície do concreto, o
que se interpreta como descoloração.
- Mesmo que o aparecimento de
eflorescência possa ser preocupante para os construtores, proprietários e
usuários de um pavimento, existe uma unanimidade, entre os
especialistas do meio, de que os efeitos da eflorescência são apenas
estéticos e não alteram a resistência, nem a durabilidade do concreto.
-
A eflorescência é um fenômeno passageiro e desaparecerá por erosão,
pelos efeitos do clima ou do tráfego. No entanto, é possível acelerar
sua remoção por meio de lavagem com um removedor de eflorescência ou
removedor de manchas de argamassa, composto a base de ácidos cítricos
biodegradáveis.