Composição Granulométrica dos Agregados (NBR NM 248:2003)

1. INTRODUÇÃO

A granulometria é um método de análise que visa classificar as partículas de uma amostra pelos respectivos tamanhos e medir as frações correspondentes a cada tamanho. A composição granulométrica é a característica de um agregado de maior aplicação na prática, principalmente para:

a. determinação do módulo de finura e dimensão máxima característica da curva granulométrica.
b. A curva granulométrica permite planejar um melhor empacotamento dos grãos de agregados, com isso reduzir vazios e melhorar a interface pasta agregado.
c. controlar a homogeneidade dos lotes recebidos na obra;
d. elaborar a dosagem do concreto.

A classificação de um agregado é determinada comparando sua composição granulométrica
com as faixas granulométricas especificadas em normas.

2. QUANTIDADE DE MATERIAL

A amostra deve ser coletada conforme NBR NM 26 e formar duas sub-amostras para ensaio conforme NBR NM 27. A quantidade mínima de material para cada determinação da composição granulométrica de um agregado encontra-se na Tabela 1.

3. EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

a. Balança (resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio).
b. Estufa capaz de manter a temperatura no intervalo de (105 +- 5) °C.
c. Peneiras das séries normal e intermediárias, fundo e tampa.
d. Agitador mecânico de peneiras (facultativo).
e. Escovas ou pincéis de cerdas de náilon e de cerdas de latão.
f. Bandejas plásticas ou metálicas para a determinação de massa.

4. PROCEDIMENTO

a. Secar as amostras em estufa (100°C a 110°C), esf riar à temperatura ambiente e determinar suas massas (m1 e m2). Tomar a amostra m1 e reservar a m2.
b. Encaixar as peneiras limpas, formando um conjunto, com abertura de malha em ordem crescente da base para o topo, encaixando o fundo na base.
c. Colocar a amostra ou partes dela na peneira superior, de modo a evitar a formação de uma camada espessa de material sobre qualquer uma das peneiras, para evitar a deformação da tela e prejuízos ao peneiramento. As quantidades máximas em cada peneira estão na Tabela.
Se o material apresenta quantidade significativa de materiais pulverulentos, ensaiar previamente conforme a NBR NM 46 e considerar o teor de finos no cálculo da composição granulométrica.
e. Promover a agitação mecânica do conjunto por 10 a 15 minutos. Se não houver agitador mecânico, proceder conforme o item “j”.
f. Destacar e agitar manualmente a peneira superior do conjunto, com tampa e fundo, até que após 1 min. o material passante seja inferior a 1% do material retido na peneira.
g. Colocar o material retido em bandeja identificada. Escovar a peneira dos dois lados, colocando o resíduo interno na bandeja e o externo no fundo. Todo material do fundo deve ser acrescentado à peneira seguinte.
h. Proceder a partir do item “f” para as demais peneiras. Caso a amostra inicial tenha sido dividida, tomar nova porção e proceder como descrito a partir do item “e”.
i. Determinar a massa total de material retido em cada uma da peneiras e no fundo do conjunto. A soma das massas não deve diferir mais de 0,3% da massa inicial j. Caso não seja possível a agitação mecânica do conjunto, classificar manualmente toda a amostra em uma peneira para depois passar à seguinte. O movimento deve permitir que o material corra sobre a malha (Figura 1). Agitar cada peneira por pelo menos 2 min. e proceder a partir do item “f”.
k. Peneirar a segunda amostra conforme o procedimento descrito.
l. Para cada uma das amostras, calcular a porcentagem retida em cada peneira, com aproximação de 0,1%.
m. As duas amostras devem apresentar a mesma dimensão máxima característica e as porcentagens retidas na mesma peneira não devem diferir em mais de 4%. Caso isto ocorra, repetir o peneiramento para outras amostras.
n. Calcular as porcentagens médias, retida e acumulada, em cada peneira, com aproximação de 1%.
o. Determinar a dimensão máxima característica (Dmáx), em mm, como sendo a abertura da malha da peneira na qual o agregado apresenta uma porcentagem retida acumulada igual ou imediatamente inferior a 5%.
p. Determinar o módulo de finura (MF), com aproximação de 0,01, que é a soma das porcentagens retidas acumuladas nas peneiras da série normal, dividida por 100. O valor é tanto maior quanto maior o tamanho do agregado.

5. RELATÓRIO DE ENSAIO

O relatório de ensaio deve conter:
a. Porcentagem média retida em cada peneira;
b. Porcentagem média retida acumulada em cada peneira;
c. Dimensão característica e o módulo de finura.

A distribuição granulométrica deve atender aos limites estabelecidos pela NBR 7211. Caso o agregado não se enquadre, só poderá ser utilizado mediante estudos de dosagem que comprovem sua aplicabilidade no concreto.

 
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