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Como você identifica um bom profissional?

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Numa recente palestra, uma pergunta feita por uma jovem foi direto ao ponto. Como identifico um bom profissional nas organizações?
Certamente a jovem queria saber como um gestor percebe que um determinado profissional é bom e que merece uma atenção especial. Imagino que esta indicação deva orientar o sua atenção e a sua postura para melhorar a sua possibilidade de sucesso profissional.
Um ponto importante é que para diferentes estágios, observo diferentes aspectos ou características.
Diferentes gestores estabelecem diferentes conjuntos de fatores que correspondem às suas preferências pessoais e muitas vezes confundem seus subordinados. Nas empresas mais estruturadas, existem processos formais de revisão de performance e desempenho, mas na grande maioria das empresa menores, prevalece o feeling pessoal, as preferências pessoais e afinidades informais.
Pode parecer demasiadamente pessoal, mas assim é o mundo e você precisa lidar com estes fatos.
Em primeiro lugar, a identificação de um bom profissional não é como “amor à primeira vista”, embora não se deva menosprezar a “primeira Impressão”. Mas performance ao longo do tempo é essencial!
Performance é um termo mais abrangente que puro resultado, remetendo a um composto que reúne bom resultado, postura adequada e senso de oportunismo.
Mas para os mais jovens, em fase inicial de carreira na profissão, o fatores mais determinantes são relacionados com o próprio resultado do seu trabalho que de alguma forma é “solucionar problemas” ou “processar atividades”.
Os fatores são quantitativos e qualitativos. Em primeiro lugar, espera-se um trabalho com qualidade elevada e consistente.  Um trabalho muito bem feito de vez em quando, alternado com outros com qualidade questionável não constitui uma boa performance. Mas se o trabalho é sempre realizado com boa qualidade, estabelece a tão desejada confiabilidade profissional.
No aspecto quantitativo, espera-se que com a familiaridade e prática, o volume realizado seja cada vez maior. Em algumas atividades, há um monitoramento ou registro do volume realizado e que aponta com claridade a produtividade do profissional. Mas o fundamental é que o profissional tenha consciência do seu próprio desempenho.
O que você diria se um diretor (chefe mediato) te perguntasse como vai o seu trabalho? Dizer que você se sente bem é uma coisa, citar quantitativamente a sua melhora de desempenho é outra, bem como citar as diferentes atividades aprendidas e desenvolvidas num determinado tempo.
Já se você estiver iniciando suas experiências de coordenação de equipes e projetos, a sua habilidade em se relacionar com outras pessoas e manter o bom andamento dos trabalhos será o ponto de medição do seu desempenho. Neste caso, a sua postura e maturidade em lidar com as pessoas trazem respostas através da percepção delas. Entenda que se você tiver uma postura arrogante, as pessoas indicarão isso mesmo!
Os indicadores mais importantes que observo nos profissionais nesta etapa da carreira são justamente a capacidade de estabelecer um relacionamento produtivo com a equipe e a sua capacidade de compreensão do trabalho a ser realizado. Lembro-me de algumas situações em que o membro da equipe entendia melhor que o líder o que deveria ser feito. Se a compreensão do problema a ser resolvido ou objetivo do projeto não for adequada, a insegurança que se cria em torno da equipe é fatal.
Nos níveis de gestão, todos itens anteriores são válidos como parte da capacidade necessária, mas o seu papel como uma importante referência técnica e gerencial passam a ser considerada como fundamental. Trata-se de avaliar sua visão sistêmica. Um gerente preocupado apenas com o seu departamento não alcança a expectativa de alguém que poderia servir de referência para outras áreas e pessoas de outras divisões.
As pessoas buscam as melhores referências dentro da empresa para os diferentes atributos. Impossível um único chefe ou líder reunir todos atributos referenciais para o grupo todo. Assim, um bom gestor é referência para todos funcionários em algum atributo em que ele é o melhor do grupo. Estes são os que destacam neste nível.
Outro papel importante neste nível é o de comunicador. É fundamental numa organização que os gestores sejam fontes emissoras de informação. Dirigir uma empresa com gestores que não mantém a organização informada e como pilotar um avião indicadores defeituosos no painel. Que tal pilotar um avião que não tem indicador de combustível, ou o GPS?
Muitos gerentes acham que são pagos para cuidar o seu departamento e do seu pessoal, sem entender que não são proprietários das informações da sua área. Se não mantiverem a organização informada, será causa de falhas de outras áreas e de decisões equivocadas dos outros profissionais.
Quando pensamos no nível de diretores da empresa, um dos aspectos essenciais que diferenciam os bons profissionais é o desprendimento para identificar o que é melhor para a empresa toda. Sejam práticas inovadoras, sejam formas de organizar e reorganizar a empresa, sejam re-distribuição de recursos e pessoas.
Um outro aspecto essencial de um líder diretor é a criação de valor total. Se não for consciente do seu papel, pode estar apenas promovendo uma troca de “soma zero”. Verdadeiros gestores de negócios, produzem valor para todas as partes envolvidas através de processos colaborativos. Ser apenas mais esperto que o seu parceiro de negócios e transferir valor de um bolso ao outro não identifica um bom profissional (sustentável) neste nível.
Outras pessoas podem ter critérios com focos muito diferentes destes acima. Mas certamente é possível identificá-los através das suas mensagens, conversas, atitudes, etc. Vale a pena prestar atenção e perceber também se são consistentes.