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O aço sempre corrói? Porque?

Pergunta:
Sempre trabalhei na área da construção. De dois anos para cá comecei a trabalhar com recuperação de estruturas fazendo trabalhos em prédios e pequenas indústrias aqui no interior de São Paulo.



Tenho acompanhado as matérias sobre corrosão na RECUPERAR e gostaria de fazer uma simples pergunta. O aço sempre corrói? Porque? 
Arqº Sebastião Araújo Ciccarino (SP)

Resposta:
A força propulsora que faz o aço corroer é conseqüência natural de sua existência temporária na forma metálica. Este estado metálico do aço, que todos nós conhecemos, provem daquele estado natural obtido na natureza chamado minério de ferro.

A partir deste estado material, do qual extraímos o ferro, torna-se necessário fazer com que absorva e estoque energia suficiente para podermos utilizá-lo como material de engenharia e em ambientes específicos.

A ausência de proteção adequada torna-o susceptível de voltar a sua situação original. A quantidade de energia necessária estocada varia de acordo com o aço que se deseja obter. De um modo geral, o aço, como liga que é, necessita de alta energia para ser fabricado, diferentemente do que ocorre com o cobre e a prata, por exemplo, que necessitam de baixa energia. A tabela acima mostra alguns metais, entre os quais o ferro, que compõem o aço, em ordem decrescente de energia necessária para convertê-los a partir do seu estado de minério.

Como exemplo, não poderíamos deixar de citar o ferro, devido ao seu ciclo característico. O minério de ferro mais comum é a hematita, Meu problema um óxido de ferro com composição Fe2 O3. Mas não é que o produto mais comum da corrosão do ferro tem esta mesma composição química! A energia necessária para converter minério de ferro em ferro metálico é totalmente restituída quando o ferro corrói, formando o mesmo material original, apenas diferindo na velocidade da mudança de energia. A corrosão destrói com diferentes caras.

 Diversos são os fatores intervenientes neste processo de destruição da liga aço:
• O tipo do aço.
• Presença de substâncias corrosivas na solução existente nos vazios do concreto ou na própria matriz envolvente (pasta).
• A homogeneidade da estrutura da liga.
• A natureza do meio corrosivo.
• Fatores que dependem do ambiente que cerca a estrutura, tipo presença de oxigênio e sua facilidade de difusão.
• Temperatura ambiente.

Podem ainda serem considerados fatores como o estado de tensão, seja residual ou aplicado, estável ou cíclico, carepas de óxidos (contínua ou com fraturas), depósitos porosos ou semi-porosos na superfície do aço, efeitos galvânicos na estrutura, com metais outros que não seja o próprio ferro, além da presença de
corrente elétrica de interferência de fontes externas. Desde os tempos antigos, o homem sabe que o ferro puro tem pouca utilidade estrutural, entretanto, em combinação com o carbono, elemento não metálico (o carbono é a base de todos os seres vivos assim como o silício é a base dos minerais), produz-se o maior
metal estrutural conhecido – o aço.

Fundalmentalmente, todos os aços são ligas de ferro, carbono e outros metais como o manganês, os quais mesmo em concentração muito pequena, é suficiente para desencadear a temida corrosão galvânica, na medida em que o concreto deixa de protegê-lo adequadamente.