Entendemos que a esta altura você já conhece o que causou a deterioração no concreto. Caso contrário, você é nosso convidado a ler o primeiro artigo desta série - Quais as causas da deterioração.
A pior coisa que alguém pode fazer é "remendar" o estrago com uma simples massa de cimento/areia (um reboco, como ilustra a foto ao lado). Além de não ser o material adequado, estes "remendos" só fecham a visão para os reais problemas. Não funcionam, e acabam postergando a verdadeira solução, as vezes para quando já é tarde demais.
E qual é então o procedimento correto?
Hoje e aqui estaremos detalhando a fase de a) preparo da área a ser reparada. Nos próximos artigos falaremos sobre b) reparo e re-proteção das armaduras, c) uso dos materiais adequados para o reparo (adesivos e microconcretos) e d) proteção anti-corrosiva da superfície para que o problema não se repita.
Preparar a área não é só quebrar a "área podre"?
Acaba sendo, mas até no quebra-quebra é necessário ter alguma arte. Do contrário, porções boas de concreto podem ser desnecessariamente removidas ou enfraquecidas.
A primeira coisa é DEMARCAR a área deteriorada com giz ou tinta.
É interessante e necessário que se projete remover todo o material ruim, de forma a ter certeza de que a "fronteira" será de material bom, permitindo uma boa ancoragem do reparo. Para isso é necessário remover
mais material do que já foi estragado pela corrosão.
A segunda importante providência, antes de começar a quebrar, é criar uma DELIMITAÇÃO física no local da "fronteira".
A terceira etapa, sim, é a da REMOÇÂO do material deteriorado. Esta remoção pode ser feita por meios mecanizados ou manualmente, como ilustram as fotos.
Seja qual for o meio escolhido, sempre aconselhamos o uso de equipamento de segurança adequado, evitando acidentes.
Outra dica que pode ser visualizada na foto acima, à esquerda, é a criação de um "quadriculado" feito com a serra diamantada, facilitando a quebra do material fronteiriço.
Uma questão sempre presente é "quanto remover?"
Há algumas regras práticas:
a) como já dito acima, os limites do reparo precisam ser, com certeza, de material bom. Isto significa que durante a remoção podem surgir áreas fracas ou corroídas além do que se esperava. Caso não haja risco estrutural, remova tudo o que estiver ruim;
b) a profundidade do reparo deve permitir que o microconcreto que será aplicado tenha uma boa espessura de cobrimento das armaduras. A regra prática é quebrar até o ponto em que pode colocar a mão por trás da armadura, como na foto.
c) a área deverá estar com todo o concreto ruim removido, e sem a presença de porções soltas ou pulverolentas.
Uma vez feita a remoção é hora de se começar o reparo propriamente dito.
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