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Fissuras e Juntas de pisos industriais - Parte4

3.3 Juntas Especiais

3.3.1 Juntas de construção

a) Juntas longitudinais de construção

As juntas longitudinais de construção coincidem, em tipo e
espaçamento, com as juntas longitudinais de articulação.

Quando o equipamento e as condições gerais da obra permitem a execução de 2 ou mais faixas por vez, a junta longitudinal de construção é a própria junta longitudinal de articulação com barras de ligação, mostrada na Figura 1Oa, ou seja, uma junta de seção enfraquecida, aberta após as operações de acabamento do concreto, por inserção de perfil metálico ou aplicação de serra de disco.

Sendo viável apenas a execução de uma só faixa de rolamento de cada vez, que é o caso mais comum nas nossas presentes condições, a junta longitudinal de construção coincide com a junta longitudinal de articulação mostrada na Figura 1Ob, quer dizer, é uma junta de encaixe (ou macho-fêmea), também dotada de dispositivo que assegure a ligação entre faixas contíguas.

FIGURA 10 - Junta longitudinal de construção, execução faixa por faixa (a) e execução
na largura total (b)


Quando o confinamento lateral é flagrante, tal como ocorre em vias urbanas, estacionamentos, pátios de aeroportos, as juntas longitudinais de construção podem dispensar as barras de ligação, em ambas as hipóteses de processo executivo, recaindo no caso das juntas longitudinais de articulação, sem dispositivo de ligação, conforme Figuras 8a e 8b.

b) Juntas transversais de construção

As juntas transversais de construção fazem-se necessárias em dois casos distintos.
quando o ciclo de trabalho - ou seja, de pavimentação efetiva termina exatamente onde, de acordo com o projeto, ocorreria uma junta transversal de retração;
quando um imprevisto - por exemplo, chuva forte, quebra do equipamento ou atraso no lançamento do concreto - provoca paralisação da concretagem da placa antes de ser atingida a junta transversal projetada.

No primeiro caso, a junta transversal a ser executada é a junta transversal de construção planejada, também chamada de junta de topo; é uma junta que deve dispor de adequada transferência de carga, através de barras de transferência. A Figura lia ilustra o tipo descrito.

No segundo caso, exige-se a execução da junta transversal de construção de emergência, que é uma junta de encaixe, dotada de barras de ligação. A presença do dispositivo de ligação é necessária para impedir que, no caso de execução do pavimento faixa por faixa, haja transmissão da fissura ao painel adjacente, bem como assegurar a transferência de carga (Figura 11b).

Somente no caso de execução na largura total do pavimento pode-se optar pela solução sob forma de junta de encaixe com ligadores, ou como junta de topo, com passadores; o último tipo é, em geral, de maior custo. A Figura 12 mostra as duas alternativas.

As características dos dispositivos de transferência de carga e de ligação são idênticas aos tipos anteriormente descritos.


FIGURA 11 - Junta transversal de construção: planejada (a) e de emergência(b)



FIGURA 12 - Junta transversal de construção de emergência: de topo (a) e de encaixe (b), execução na largura total

3.3.2 Juntas de expansão (ou dilatação)

Nos primeiros tempos do desenvolvimento dos pavimentos rodoviários de concreto, todas as juntas transversais eram projetadas no sentido de trabalharem à dilatação, isto é, acreditava-se que o principal fenômeno causador de fissuras no pavimento era a dilatação do concreto endurecido, através de tensões de compressão na junta.

O progresso no conhecimento teórico e experimental do assunto mostrou que, na verdade, as trincas transversais deviam-se à retração do concreto quando plástico e, secundariamente, ao seu empenamento restringido sob a ação das diferenças térmicas e higrométricas, conforme já discutido anteriormente.

Sendo uma descontinuidade total do pavimento, as juntas de expansão não raramente se tornavam um fator de sérios danos à sanidade dele, com visível influência no aumento das despesas de conservação e no encurtamento da própria vida da estrada, principalmente pela ocorrência do efeito de bombeamento.

Constatou-se, ademais, que as juntas de contração, quando projetadas e espaçadas adequadamente, funcionam como pequenas juntas de dilatação, absorvendo cada uma pequena parcela dos esforços causados pela dilatação térmica do concreto endurecido. Esse fenômeno é possível em virtude do razoavelmente pequeno comprimento das placas, o que conduz a alongamentos e encurtamentos relativos de tão pouca monta que mal despertam as reações de atrito entre a placa e a camada subjacente a ela. Paralelamente, a experimentação através de projetos especiais para a observação dos diferentes tipos de juntas corroborou a veracidade e adequação dessas afirmações. Os projetos modernos de pavimentos rodoviários de concreto descartam, pois, o uso sistemático de juntas de expansão, a não ser em cruzamentos assimétricos de vias de larguras sensivelmente distintas e nos encontros do pavimento com outras estruturas, como prédios e pontes, por exemplo. Supõe-se, para essa prática, que as juntas de retração sejam convenientemente projetadas e que as placas tenham comprimento máximo dentro dos limites aqui preconizados, e recebam selagem adequada, de modo a impedir a infiltração de materiais incompressíveis na junta.

A Figura 13 mostra juntas de expansão típicas. A presença do capuz na barra de transferência que faz parte da junta de expansão colocada antes de pontes, ou em cruzamentos, é justificada pela necessidade de prover-se um espaço livre para a movimentação da barra quando da dilatação das placas.


FIGURA 13- Junta de expansão: com barra de transferência (a) e de encontro (b)

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