Você já foi apresentado a alguém durante um almoço de negócios ou evento social e, antes da conversa acabar, esqueceu o nome da pessoa? Se a resposta foi sim, você não está só. Em média, as pessoas recordam entre 25% e 50% do que ouvem, de acordo com a maioria dos estudos. Percebeu a importância da estatística? Sim, isso significa que, toda vez que você fala com seu chefe, colegas ou clientes, eles provavelmente vão reter menos da metade de tudo o que você falou de tão importante!
E o problema não é bem de memória, é que, simplesmente, a maioria de nós não escuta direito — o que também não é um problema de audição. Um fator, atualmente, que torna escutar ainda mais difícil é a diversidade cultural no ambiente corporativo. Em muitos locais de trabalho não é incomum que uma mesma equipe comporte pessoas de diversos países ou diferentes bagagens étnicas. Mesmo quando todos dominam e utilizam um mesmo idioma, como o inglês, alguns terão dialetos e padrões de fala — sotaques — diferentes. Perceba que isso também acontece com pessoas oriundas de diversas regiões de um mesmo país, principalmente um do tamanho do Brasil. Por isso, para maximizar a performance num ambiente diverso como esses, é crucial aprender a ouvir direito.
É exatamente isso que Roger Crockett, premiado escritor e palestrante na área de negócios, explica no blog The Conversation, na Harvard Business Review.
Como bem coloca Roger, aprender a ouvir é mais do que ouvir de forma casual — que é como os maridos escutam suas esposas de vez em quando (infelizmente para as mulheres, que sempre precisam repetir o que foi dito). Aprender a ouvir presume ouvir ativamente; estar presente naquele momento e escutar de verdade, da mesma maneira que você ouviria os números do bingo se o prêmio fosse uma viagem com todas as despesas pagas para Côte d’Azur, na França (se ainda não conhece o destino, pare a leitura e procure agora na internet, que é imperdível).
Se comunicar bem em meio a diferentes culturas requer que ouçamos não apenas as palavras, mas que entendamos o real significado do que está sendo falado. Fazendo assim, você melhora sua produtividade e aperfeiçoa sua habilidade de se comunicar sem conflitos ou mal-entendidos.
Muitos chamam a essa espécie de interação multicultural “ouvir com empatia”.
Janet Reid, especialista no assunto e sócia-administradora da consultoria em gerenciamento de diversidade corporativa Global Novations, descreve essa maneira de escutar como uma forma de se conectar com os sentimentos e pensamentos de uma pessoa. Para isso, não adianta treinar apenas o ouvido, ela diz. De acordo com Janet, é preciso desacelerar, não interromper a pessoa, não deixar que suas palavras sejam sobrepostas à fala da pessoa, “ouvir na cadência e no ritmo do outro”.
Quando as pessoas não escutam com cuidado as outras, elas podem pressupor — e de maneira enganada — o que os outros querem dizer; assunto, aliás, com o qual você já está familiarizado.
Tanto para patrões quanto para funcionários, chefes e subordinados, saber ouvir em meio à diversidade cultural pode ser a habilidade de comunicação mais desafiadora a aprender. Mas é um desses desafios que valem a pena, nem que seja porque, quanto menos estranho você e seus colegas forem à diversidade no ambiente de trabalho, mais bem sucedidos serão você e sua empresa.
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