Parece um paradoxo, mas é mesmo. Constantemente os Gerentes de Projetos tomam decisões. Decidir algo é um risco, você não sabe se toma a decisão certa ou não, os fatos posteriores dirão se você decidiu corretamente ou não. Caso não der certo, terá mais uma lição aprendida para incorporar na sua lista.
Napoleão disse “Nada é mais difícil, portanto mais precioso, do que ser capaz de decidir”.
A maioria das decisões são difíceis porque envolvem um importante grau de incerteza. Devemos atravessar uma ponte entre a situação atual e não sabemos como será realmente do outro lado, e nem se a ponte poderá cair quando a estivermos atravessando.
Todo nosso trabalho para subsidiar uma decisão por alguém (nem que sejamos nós mesmos) é apenas para nos sentirmos confortáveis de que o risco assumido é suportável.
Uma maneira intuitiva de sabermos quanto risco pode ser assumido é pela suposição do que acontecerá se nossas expectativas se frustrarem? E se o pior evento previsto acontecer? Como nos sentiremos? Você alguma vez analisou isso?
Os erros cometidos pela maior parte dos que tomam decisões são semelhantes e surgem pela falta de uma sistemática. O livro “Tomada de decisões – Armadilhas”, de J. Edward Russo e Paul J. H. Schoemaker resume em dez itens, os erros mais comuns no processo de tomada de decisão.
1 – Precipitar-se. Chegar a conclusões quando ainda se está coletando dados e informações, sem gastar alguns minutos tentando entender quais são os aspectos mais importantes ou analisar como a decisão deve ser tomada.
2 – Cegueira Estrutural. Tentar resolver o problema errado, pois por seus paradigmas o tomador de decisão criou uma estrutura mental para a decisão sem refletir, descartando opções ou perdendo de vista os reais objetivos.
3 – Falta de Controle Estrutural. Não definir de maneira consciente o problema de diversas maneiras, ou se deixar influenciar indevidamente pela maneira como os outros vêm o problema.
4 – Excesso de Confiança em seu julgamento. Não considerar informações e evidências factuais importantes por estar demasiado seguro de suas hipóteses e opiniões. O livro “A arte da Guerra” de Sun Tzu cita o caso de um general que foi derrotado devido a muitas vitórias, que o levou a excesso de confiança.
5 – Atalhos míopes. Tomar como verdades absolutas as “regras práticas” e as “práticas do mercado”, confiando em demasia nas informações prontamente disponíveis ou nas práticas que lhe convêm, sem ponderar se realmente fazem sentido na sua situação.
6 – Atirar no meio. Acreditar que pode ter todas as informações improvisando em vez de seguir um procedimento sistemático que leva a uma conclusão.
7 – Fracasso em grupo. Assumir que com tantas pessoas capacitadas e inteligentes participando da decisão elas chegarão naturalmente a uma boa decisão, e assim deixar de controlar o processo decisório. Einstein já dizia: “mesmo que todos os sábios concordem, todos os sábios podem estar errados”.
8 – Enganar a si mesmo a respeito do feedback. Distorcer evidências de fatos passados para proteger o próprio ego porque sua compreensão tardia do que deveria ter acontecido está atrapalhando.
9 – Falta de acompanhamento. Considera que pela experiência se aprenderão automaticamente lições importantes, deixando de se registrar sistematicamente como se chegou a decisões e analisar os resultados.
10 – Deixar de conferir seu processo decisório. Não elaborar uma abordagem organizada e sistemática para compreender os critérios e métodos que se usam para tomar decisões, ficando exposto a repetir os mesmos erros.
A tomada de uma decisão deve levar em consideração a realidade e não apenas as aparências ou a intuição.
Como muitas outras coisas, aprender a decidir deve ser praticado, mas se temos algumas dicas de como fazer melhor, já é uma boa ajuda. Pense, pratique e decida.
Como primeira prática deve tomar uma decisão na seguinte situação:
Você foi preso em um reino estrangeiro. O rei lhe deu a chance de fazer uma única declaração.
Se você mentir, você morrerá queimado, se você disser a verdade morrerá afogado.
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