Para realizar o empacotamento das
partículas existem alguns modelos matemáticos, as primeiras tentativas de
oferecer o "melhor" de distribuição de tamanho de partícula ideal
foram baseadas em ensaios com bolas de diferentes diâmetros. Estas
experiências resultaram em curvas de distribuição de agregados que são
atualmente aceitas como padrões. Um dos primeiros exemplos apresentados
por Fuller(1907) é uma série de curvas que são amplamente utilizados para a
otimização de agregados de asfalto concreto e:
onde: CPFT por cento do total de
partículas que passa através (ou mais fino do que) crivo;
D tamanho máximo do agregado; DL diâmetro do crivo corrente; q e expoente da equação (0,45-0,7).
Com MYHRE & HUNDERE (1996)
indica os modelos de FURNAS (1931), ANDEREGG (1931) e ANDREASSEN & ANDERSEN
(1930) como clássicos, sendo o de FURNAS (1931) mais defendido pelos
pesquisadores, apesar de ser mais difícil e incômodo para ser utilizado.
ANDREASSEN & ANDERSEN (1930) propôs um modelo que é simples de se aplicar,
no entanto, sua natureza é semi-empírica. Esse modelo apresenta a vantagem de
não requerer nenhum fator de forma das partículas, mas é necessário que elas
apresentem formas similares. Alguns pesquisadores não são favoráveis ao modelo
de ANDREASSEN & ANDERSEN, pois ele admite partículas infinitamente
pequenas, o que é irreal. A fim de superar esse problema, DINGER & FUNK (1992)
combinaram a distribuição de ANDREASSEN & ANDERSEN e FURNAS, criando a distribuição
chamada de "Andreassen Modificado", na qual o tamanho da menor
partícula foi incorporado.
Os estudos teóricos e
experimentais relacionados ao empacotamento de partículas resultaram de duas
abordagens básicas: uma discreta, que considera as partículas individualmente
(modelo de Furnas); e outra contínua, que trata as partículas como
distribuições contínuas (modelo de Andreasen):
Onde CPFT é a porcentagem volumétrica de partículas menores que o diâmetro D, DL é o diâmetro da maior partícula, DS é o diâmetro da menor partícula, r é a razão entre o volume de partículas entre duas malhas de peneiras consecutivas e q é o módulo ou coeficiente de distribuição.
Recentemente, após uma extensa análise comparativa entre os modelos de Furnas e Andreasen, algumas considerações foram feitas, ficando aprovado que ambos os modelos convergem matematicamente para uma mesma equação (equação abaixo). Normalmente conhecida como modelo de Alfred ou Andreassen modificado, esta é um aperfeiçoamento dos modelos anteriores e mostra que, na realidade, os modelos de Furnas e de Andreasen podem ser visualizados como duas formas distintas de se expressar a mesma coisa. Além de introduzir o conceito do tamanho mínimo de partículas (DS) na equação de Andreasen, envolve também uma revisão matemática do modelo de Furnas.
Por meio de simulações
computacionais foi verificado que valores de “q” menores ou iguais a 0,37 podem favorecer o empacotamento máximo para
distribuições infinitas, enquanto que para valores acima de 0,37, verifica-se sempre uma porosidade residual.
Para uma mistura apresentar boa
capacidade de escoamento, o valor do coeficiente de distribuição deve ser menor
que 0,30; assim, a consideração de “q” com
valores próximos a 0,30 favorece a produção de concretos adensados com vibração.
Para valores menores que 0,25
resultam em misturas auto adensáveis. O efeito da redução do valor do
coeficiente de distribuição se dá no aumento da quantidade de finos, que
influencia a interação entre as partículas. O efeito de reduzir o valor de “q”
é um aumento na quantidade de finos que influencia na interação entre as
partículas, formando um líquido viscoso quando misturado com água.
A classificação dos agregados com
relação à suas formas e dimensões é importante para garantir um bom arranjo no
concreto, de forma que se possa obter um material com menor índice de vazios,
melhorando assim suas propriedades físicas e mecânicas.
Obs.: Não é preciso ficar apavorado sem entender nada. Existem programas que fazem o calculo de empacotamento e com dificuldade muito pequena, sempre levando em conta a granulometria dos materiais e as suas densidades reais. Vou indicar este programas. O empacotamento pode ser feito com a granulometria dos finos ou seja do cimento e adições (micro-sílica/metacaulim, etc.). O calculo do empacotamento deve ser verificado após a realização dos percentuais de mistura, para "conferir" o traço. Quero também dizer que mais da metade das concreteiras dos Estados Unidos utilizam o método do empacotamento.
2 Comments:
Gostaria de saber quais os programas que posso utilizar para fazer o calculo do empacotamento.
Bom dia....
Eu utilizo o EMMA mas fica igual ao das curvas de Fuller
baixe no site em:
http://www.clubedoconcreto.com.br/2014/01/empacotamento-8-software-elkem.html
Você pode baixar a minha planilha e comparar depois com o Emma
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http://calculistasdobrasil.forum-livre.com/t3-dosagem-do-concreto
Eng Ruy Serafim de Teixeira Guerra
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