Quero tratar da metodologia para o inspeção de marquises, o trabalho abaixo fez parte do IV Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas no ano de 2010. Quase sempre se perde algo que fica inserido em estudos, este é um caso que não deve ser esquecido. As patologias existem com maior intensidade nos casos de marquises, seja por defeitos construtivos, erros de calculo e o maior de todos: falta de manutenção.
Metodologia de Inspeção
1. Introdução
Nas inspeções das estruturas de concreto, muitas são as técnicas
envolvidas na detecção, identificação, avaliação, caracterização e
monitoramento das patologias. Estas técnicas são de grande importância para
o controle do fenômeno, sejam nas operações preventivas, sejam na terapia do
problema.
Considerando este último aspecto, as técnicas de inspeção assumem
papel de suma relevância, uma vez que permitem que seja exercida a idéia do
“diagnóstico precoce”, que assegura às operações de recuperação,
prognósticos satisfatórios em nível de durabilidade.
As bibliografias especializadas ] indicam que a sistemática
recomendada para uma avaliação estrutural deve ser realizada por etapas de
forma que nenhum problema ou manifestação patológica passe despercebido.
O fluxograma da Fig. 01 a seguir mostra a rotina de uma inspeção na estrutura
de concreto.
Figura 01 - Atividades envolvidas na rotina de inspeção (Fonte: Castro, 1994).
De acordo com Castro (1994) [1] a inspeção visual consiste em uma
importante etapa para a determinação dos agentes patológicos que atuam na
estrutura degradando-a, e ainda, em muitos casos, quando as manifestações
patológicas já estão perfeitamente definidas, não há a necessidade de se fazer
inspeções mais aprofundadas visto que o diagnóstico já está concluído.
2. Inspeção Preliminar
Esta inspeção deve permitir a definição da natureza e causa do
problema, incluindo:
• Inspeção visual da estrutura da marquise, realizando um levantamento
fotográfico com o fim de registrar os sintomas e a natureza dos problemas
encontrados nas marquises.
• Anotação de todos os sintomas visuais (como auxilio de um check-list).
• Identificação da agressividade do ambiente (fraca, moderada, forte ou
muito forte) [3].
• Análise visual das armaduras já expostas, fotografando as zonas de
desagregação do concreto e tomando nota da espessura do cobrimento
nominal, da redução do diâmetro da armadura, da quantidade de cor dos
óxidos e dos aspectos gerais do concreto.
3. Inspeção Detalhada
A inspeção detalhada desta pesquisa buscou fundamentar-se nos
estudos do engenheiro João Cassim Jordy (2006) [4] que foi estruturado a
partir do êxito das inspeções realizadas em marquises da Cidade do Rio de
Janeiro e que fundamentou uma proposta de metodologia de inspeção
tipicamente focada na vistoria de marquises. Sendo assim, na execução das
visitas às marquises adotaram-se alguns pontos principais descritos nessa
metodologia que foram considerados essenciais para a definição do estado de
conservação das marquises aqui estudadas.
Estes pontos estão citados a
seguir.
• Localização e Descrição
• Levantamento Geométrico
• Estado Geral de Impermeabilização
• Situação do Sistema de Drenagem
• Comprometimento e Disposição das Armaduras
4. Análise dos Dados
Esta análise foi feita de forma pormenorizada, para evitar que as
anomalias mais graves não fossem detectadas por estarem ocultas por
anomalias superficiais, assim foi verificado se não houve mais de um fator
gerador do sintoma patológico que estava sendo analisado.
5. Diagnósticos
Esta etapa foi realizada após a conclusão das etapas de levantamento e
análise dos dados. Após essa fase, iniciaram-se os estudos das possíveis
alternativas que poderiam solucionar os problemas apresentados, onde foram
considerados aspectos técnicos e de viabilidade econômica.
Queda de marquise em Madureira com uma vitima...
Bibliografia:
[1] E. K. Castro, Desenvolvimento de metodologia para manutenção de
estruturas de concreto armado, Dissertação de Mestrado, Universidade de
Brasília, Brasília, 185p, dezembro, 1994.
[2] J.C.T.S. Clímaco, A.A., Nepomuceno, Parâmetros para uma metodologia de
manutenção de estruturas de concreto, 36a Reunião Anual do IBRACON –
Instituto Brasileiro do Concreto, Vol. 1, pp 109-119, Porto Alegre, Setembro
(1994).
[3] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118/2003:
Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro, 2003.
[4] JORDY, J.C. & MENDES, L.C. Análise e procedimentos construtivos de
estruturas de marquises com propostas de recuperação estrutural. Dissertação
(Doutorado) Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro. 2006.
[5] HELENE, Paulo R. L. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas
de concreto. 2ª Edição. São Paulo: Pini, 1992.
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