O cimento ainda é a principal matéria prima de quem trabalha na construção civil no Brasil, salvo raras exceções de obras especiais em estrutura metálica. Resumindo: quando se pensa em obra ou reforma o cimento sempre estará presente. Trata-se de um dos mais importantes recursos da história da engenharia e da humanidade! Mas, afinal, de onde surgiu e como o homem foi capaz de romper a barreira das rudimentares construções de barro e pedras empilhadas? A MKS te conta a curiosa história de como surgiu o cimento
O homem primitivo, lá na idade da pedra, descobriu o poder de um material com propriedades aglomerante, que veio a revolucionar a partir daí toda e qualquer construção, de uma maneira curiosa: ao acenderem fogueiras junto às pedras de calcário e gesso, parte dessas pedras descarbonatada com a ação do fogo,formando um pó que, quando hidratada à noite pelo sereno, convertia-se novamente em pedra!
Prova de que alguns povos empregaram (e muito!) esses aglomerantes séculos antes de Cristo são as ruínas romanas, as pirâmides egípcias e as muralhas da China, nas quais foram encontrados derivados de calcário e gesso entre os blocos de pedra utilizados na construção desses monumentos.
Pirâmides, no Egito
Muralha da China
Anos depois, gregos e romanos criaram uma espécie de cimento com gesso impuro, composto de calcário calcinado e cinzas vulcânicas. Essa massa era misturada com cacos de telhas e areia (evoluímos bastante, né?) e dessa mistura resultou uma espécie de argamassa de notável dureza, tanto é que muitas dessas construções resistem até hoje! Porém, os gregos e os romanos guardaram a composição em segredo, o que fez com que a fórmula se perdesse devido ao declínio destas civilizações, e diminuindo a qualidade deste cimento, precisando ser desenvolvido um novo tipo de aglomerante mais resistente!
Ah, e por falar nisso, esse nome CIMENTO foi originado do latim CAEMENTU, que designava “pedra natural” na velha Roma.
Coliseu, na Roma
O monumento foi levantado com composto de calcário calcinado e cinzas vulcânicas.
Os grandes passos dessa evolução na fórmula de um componente mais próximo do que conhecemos hoje como cimento, porém, foram dados a partir de 1756, data em que o Inglês John Smeaton obteve um produto de alta resistência por meio de calcinação de calcários moles e argilosos. No entanto, quem é considerado o inventor do cimento artificial é o francês Vicat, que em 1818 conseguiu ótimos resultados de resistência fazendo misturas similares à Smeaton. Mas a grande sacada mesmo foi do construtor inglês Joseph Aspdin, quando em 1824 queimou em altas temperaturas pedras calcárias e argilas, transformando-as em pó.
Essas foram as grandes sacadas de Aspdin: alcançar temperaturas mais elevadas, imprimindo uma maior qualidade ao seu cimento, além de transformar a mistura em um pó extremamente fino, e por consequência mais reativo! Aspdin percebeu que a mistura, depois de hidratada, se transformava em um material com consistência e aparência de uma pedra! Estava descoberta a fórmula que durante séculos foi sendo aperfeiçoada: a pedra artificial! E mais: Aspdin achou sua descoberta muito similar às pedras da Ilha de Portland, ao sul da Inglaterra. Decidiu, então, batizar seu produto de cimento Portland, recebendo em 1824 a patente concebida pelo Rei George IV.
Este cimento desencadeou uma revolução na construção, pelo conjunto inédito de seus ingredientes em relação à hidraulicidade, maleabilidade, resistências aos esforços e por ser totalmente obtido de matérias-primas abundantes e disponíveis na natureza. Esse, aliás, era um dos motivos que fizeram acelerar as pesquisas para descoberta de uma fórmula final para o cimento, já que a construção civil em muitos locais se tornava extremamente demorada e custosa devido à falta de pedras nas proximidades
Cimento no Brasil
A primeira tentativa de produzir Cimento Portland no Brasil aconteceu em 1888, quando o Comendador Antônio Proost instalou uma fábrica na sua fazenda, mas sem conseguir gerar produção de maneira regular.
Houve também outras tentativas frustradas na Paraíba e no Espírito Santo.
Mas a considerada oficialmente como a primeira fábrica brasileira que conseguiu produzir em maior escala e regularmente Cimento Portland foi a “Cia. Brasileira de Cimento Portland Perus”, no ano de 1926, mais de cem anos após a descoberta de Aspdin!
Hoje, porém, o Brasil é um dos oito maiores produtores do mundo, e detém uma das mais avançadas tecnologias no fabrico deste insumo.
Só no ano de 2000 a gente produziu quase 40 milhões de toneladas de Cimento Portland! Haja obra!
Deu pra perceber que o cimento passou por diversas fases em muitos lugares do mundo, né? Deu pra perceber também como ele foi importante para evolução da nossa área no último século, e como ainda hoje é fundamental durante todas as etapas da obra! Aliás, confira o post sobre as etapas iniciais de uma obra!
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