Mano del Desierto é o nome de uma perturbante escultura monumental que emerge do solo em pleno deserto chileno. Não se trata, porém, de um caso isolado. Existem obras idênticas por outros lugares do globo: Madrid, Veneza ou Punta del Este, no Uruguai. O que faz nascer do solo estas mãos colossais?
Em pleno deserto de Atacama, no Chile, junto da rodovia pan-americana, uma gigantesca mão ergue-se cerca de onze metros acima do solo arenoso. Na verdade apenas os dedos e uma parte da mão são visíveis; o pulso, o braço jazem abaixo da terra e dão-nos uma ideia do tamanho colossal do resto do corpo a que pertencem. Mas a ilusão não passa disso mesmo. Trata-se de uma escultura monumental do chileno Mário Irarrázabal feita de concreto reforçado com aço, tal como se fosse um edifício, ali colocada ostensivamente desde 1992. Mas esta obra não é um caso isolado.
No verão de 1982, na cidade uruguaia de Punta del Este, teve lugar uma workshop de escultura ao ar livre. Vários artistas participaram no evento, entre os quais um jovem chileno de nome Mário Irarrázabal, que escolheu a praia para construir o seu trabalho, ao contrário dos seus pares que optaram por realizar os seus na cidade. O local inspirou o artista, que concebeu e ergueu em seis dias apenas uma escultura colossal que representa as pontas dos dedos de uma mão de alguém que se afoga. Irarrázabal utilizou o concreto como material base, reforçado com uma estrutura de varas e aço e rede metálica e coberto com um revestimento plástico à prova de corrosão.
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