Os conceitos
relativos à resistência do
concreto à tração
direta, fct, são análogos aos expostos no item anterior,
para a resistência à compressão. Portanto, tem-se a resistência
média do concreto
à tração, fctm,
valor obtido da
média aritmética dos resultados, e a resistência característica do concreto à tração, fctk ou simplesmente ftk,
valor da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser alcançado pelos
resultados de um lote de concreto.
A diferença
no estudo da
tração encontra-se nos
tipos de ensaio.
Há três normalizados: tração
direta, compressão diametral e tração na flexão.
a) Ensaio de tração direta
Neste ensaio, considerado o de referência, a resistência à tração direta, fct, é determinada
aplicando-se tração axial,
até a ruptura,
em corpos-de-prova de concreto simples (Figura 2.2). A seção central é retangular, medindo 9 cm por 15 cm, e
as extremidades são quadradas, com 15 cm de lado.
b) Ensaio de tração na compressão diametral
(spliting test)
É o ensaio mais
utilizado. Também é
conhecido internacionalmente como Ensaio Brasileiro.
Foi desenvolvido por Lobo
Carneiro, em 1943.
Para a sua realização, um corpo-de-prova cilíndrico
de 15 cm por 30 cm é colocado com o eixo horizontal entre os pratos da prensa (Figura 2.3), sendo aplicada uma força
até a sua ruptura por tração indireta (ruptura por fendilhamento).
O valor da
resistência à tração por compressão
diametral, fct,sp, encontrado neste ensaio, é um pouco maior que
o obtido no ensaio de tração direta. O ensaio de compressão
diametral é simples
de ser executado
e fornece resultados
mais uniformes do que os da tração direta.
c) Ensaio de tração na flexão
Para a
realização deste ensaio,
um corpo-de-prova de
seção prismática é submetido à flexão, com carregamentos em
duas seções simétricas, até à ruptura (Figura
2.4). O ensaio também é conhecido por “carregamento nos terços”, pelo fato
das seções carregadas se encontrarem nos terços do vão.
Analisando os
diagramas de esforços
solicitantes (Figura
2.5) pode-se notar que
na região de
momento máximo tem-se
cortante nula. Portanto,
nesse trecho central ocorre
flexão pura.
Os valores
encontrados para a resistência
à tração na
flexão, fct,f, são maiores que os encontrados
nos ensaios descritos anteriormente.
d) Relações entre os resultados dos ensaios
Como os
resultados obtidos nos
dois últimos ensaios
são diferentes dos relativos ao ensaio de referência, de
tração direta, há coeficientes de conversão.
Considera-se
a resistência à tração direta, fct, igual a 0,9
fct,sp ou 0,7 fct,f, ou seja,
coeficientes de conversão
0,9 e 0,7,
para os resultados
de compressão diametral e de
flexão, respectivamente.
Na falta de ensaios, as
resistências à tração direta podem ser obtidas a partir da resistência à
compressão fck:
fctm = 0,3 fck^2/3
fctk,inf= 0,7 fctm
fctk,sup = 1,3 fctm
Nessas equações,
as resistências são
expressas em MPa.
Nota do Administrador: Com a mudança das Normas de Cimento se faz necessário realizar algum desses ensaios se houver necessidade de um concreto com uma determinada resistência a tração, o que é o caso de elementos fabricados em concreto protendido.
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