Conheça aqui os principais tipos de estacas para fundações
As fundações rasas apresentam profundidade máxima de três metros e podem ser do tipo: radier, bloco e sapata. Já as profundas apresentam altura superior a três metros e sua base deve ter profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta. Podem ser de dois tipos: tubulões e estacas. A diferença entre eles é que na execução do tubulão ocorre descida de operários em alguma etapa, enquanto durante a execução das estacas não ocorre.
Existem variados tipos de estacas e essas podem ultrapassar inclusive o nível de água, ser executadas em campo ou pré-fabricadas e utilizadas em diversas situações: solos coesivos, não coesivos, em alto-mar etc.
Então, quando saber qual tipo de fundação é melhor para cada solo?
A resposta é simples: para que essa escolha seja feita com segurança, é importante analisar as características do solo em que será realizada a construção e fatores como disponibilidade na localidade da obra, custo, prazo, perfil do terreno e proximidade de outras construções.
Para conhecer os tipos de estacas e suas aplicações, continue a leitura.
Quais são os tipos de estacas?
As estacas podem ser moldadas in loco ou pré-moldadas/de deslocamento. Saiba mais a seguir.
Estacas moldadas in loco
O processo executivo dessas estacas consiste na escavação para posterior enchimento de concreto ou argamassa na perfuração realizada. O solo pode ser retirado ou deslocado durante o processo executivo. Podem ser utilizadas em solos coesivos, não coesivos e com presença de nível d’água, desde que utilizem técnicas de encamisamento.
Estaca Franki
É uma estaca de base alargada, cuja cravação se dá por meio de golpes sucessivos de um pilão em um tubo que tem a ponta fechada por uma bucha seca de pedra e areia. Quando a cota definida em projeto é atingida, a bucha é expulsa e promove o alargamento da base. A armadura é instalada e, à medida que o revestimento cravado é retirado, o fuste é concretado.
Esse tipo de estaca não deve ser utilizado em terrenos com matacões, construções vizinhas precárias ou terrenos com camadas de argila mole e saturada. Atualmente esse tipo de estaca é pouco utilizado.
Estaca Strauss
É executada por meio da escavação realizada por uma sonda simultaneamente à introdução de um revestimento metálico formado por segmentos rosqueados — até que a profundidade projetada seja alcançada.
A armação é colocada e então, ao mesmo tempo da concretagem, o revestimento é retirado. Não deve ser utilizada em areias submersas, argilas muito moles, saturadas ou quando há presença de lençol freático. É indicada para espaços confinados e apresenta pouca vibração. Entretanto, atualmente é pouco utilizada.
Estacas a trado rotativo ou mecanizado
Também denominadas de estacas escavadas, apresentam processo produtivo mais barato e podem ser utilizadas em vários tipos de solos, inclusive com presença de lençol freático, desde que utilizadas camisas metálicas antes da escavação. São executadas por meio de trado helicoidal e posterior preenchimento com concreto.
A perfuração é feita por rotação e sempre que faz-se necessária a retirada de solo, é realizada a subida do trado. Ao atingir a profundidade desejada, posiciona-se a armadura e inicia-se a concretagem da estaca. Quando as camisas metálicas forem reutilizáveis, devem ser retiradas logo após a concretagem.
Estaca Hélice Contínua
A estaca hélice contínua consiste na escavação simultânea à concretagem. A escavação é realizada por trado helicoidal contínuo e a concretagem é realizada simultaneamente à retirada do solo.
Essas estacas apresentam ausência de vibração, baixíssimo ruído, variados diâmetros e profundidades de aproximadamente 30 metros, sendo portanto muito utilizadas nos grandes centros urbanos. Após a concretagem, a armadura é colocada. Não podem ser feitas em espaços confinados devido à dimensão dos equipamentos necessários e nem em solos com presença de rochas e matacões.
Estaca Ômega
A estaca ômega é considerada um aprimoramento da hélice contínua. Seu processo executivo consiste na escavação com trado helicoidal sem retirada de solo, uma vez que esse será deslocado e compactado lateralmente.
Também apresenta ausência total de vibrações e atinge profundidades de aproximadamente 30 metros. Quando o trado atinge a profundidade projetada, o concreto é bombeado à medida que esse é retirado e a armadura é inserida.
Estaca raiz
É uma estaca escavada que pode atingir profundidades superiores a 50 metros e diâmetros que variam de 80 a 500 mm. O processo executivo consiste no encamisamento e perfuração rotativa ou rotopercussiva do fuste, auxiliado por circulação de água.
O solo é retirado e o fuste é estabilizado com lama bentonítica ou polímero sintético. Posteriormente, é retirado o tubo metálico e ocorre o preenchimento com argamassa e colocação da armadura.
A introdução no terreno se dá por meio de processo que não promove a retirada do solo. Essas estacas são constituídas por um ou dois elementos estruturais (madeira, aço, concreto armado ou protendido). Já chegam prontas no canteiro de obras e por isso apresentam maior controle de qualidade. Sua cravação é feita por percussão, prensagem ou vibração.
As estacas pré-moldadas são excelentes opções para solos não coesivos e que apresentam lençol freático próximo ao nível do solo. Além disso, proporcionam economia com bota fora e limpeza da obra, uma vez que não existe escavação.
Contudo, apresentam produtividade inferior às estacas moldadas in loco. Para que seu uso não interfira no custo é importante analisar o valor destinado ao frete, que geralmente é viável quando a fábrica é próxima ao canteiro de obras.
Estacas pré-moldadas de concreto
Podem ser de concreto armado ou protendido e apresentar qualquer forma geométrica na seção. A cravação é feita normalmente por meio de percussão, prensagem ou vibração, sendo eficiente o uso de martelos mais pesados com menor altura — evitando danos na estaca durante a cravação.
Não são recomendadas para terrenos com matacões ou pedregulhos, terrenos em que a cota da ponta da estaca seja muito variável, quando as construções vizinhas estão em estado precário ou quando o ruído não é permitido na região.
Estacas metálicas
São estacas formadas por perfis laminados ou soldados, podendo ser simples ou múltiplos. As estacas metálicas devem receber tratamentos para que resistam à corrosão. Podem ser emendadas, mas essas emendas devem resistir ao processo de cravação.
A cravação é feita por percussão, prensagem ou vibração. Entretanto, a cravação por percussão é a mais utilizada, sendo realizada por meio de pilões de queda livre ou automáticos. As estacas metálicas podem ser usadas em muitos tipos de solo, permitem fácil cravação com baixa vibração e apresentam elevada capacidade de carga.
Normalmente, são fabricadas em formatos de seção I, H, circular, quadrada e retangular. Apresentam custo mais elevado do que as demais estacas, mas, mesmo assim, o uso é muitas vezes economicamente viável. São indicadas para solos residuais, que não apresentam profundidade constante e são mais resistentes durante a cravação.
Estacas de madeira
Geralmente empregadas em obras provisórias. Para serem utilizadas em obras permanentes necessitam de proteção contra fungos e bactérias. A cravação geralmente é realizada com martelo de queda livre. Não devem ser utilizadas em terrenos com matacões e quando tiver que penetrar camadas resistentes à ponta, deve ser protegida com ponteira de aço.
Conhecer os tipos de estacas é importante para realizar uma boa escolha quanto à fundação. Contudo, escolher uma empresa confiável é imprescindível para atingir os resultados desejados.